O número de mortos no incêndio na boate Kiss,
na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, subiu para 245. Ainda
há 48 pessoas hospitalizadas, segundo informações do major do Batalhão
de Operações Especiais (BOE), Cleberson Braida Bastianello, durante
coletiva à imprensa, no ginásio do Centro Desportivo Municipal (CDM). A
polícia gaúcha afirmou que a identificação prévia das vítimas está sendo
feita pela carteira de identidade, mas que os familiares deverão fazer a
identificação visual. Os corpos estão no CDM porque não há espaço no
Instituto Médico Legal.
Algumas pessoas foram levadas aos hospitais já mortas”, afirmou o
comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio
Grande do Sul, major Cléberson Bastianello. A polícia gaúcha afirmou que
a identificação prévia das vítimas está sendo feita pela carteira de
identidade, mas que os familiares deverão fazer a identificação visual.
Os corpos estão no Centro Desportivo Municipal de Santa Maria, porque
não há espaço no Instituto Médico Legal da cidade.
Segundo Bastianello, as 180 mortes ocorreram dentro da boate Kiss, a
maior parte por asfixia. Outros seis corpos de vítimas que não
resistiram e morreram nos hospitais da cidade devem ser encaminhados ao
ginásio municipal. No local, foi montado o Comitê Gestor da Crise, com o
apoio de 10 foras de segurança. Familiares estão indo ao ginásio em
busca de informações sobre os mortos. Ainda não há previsão de horário
para a divulgação dos nomes dos mortos.
No momento do incêndio, por volta das 2h deste domingo, havia entre
1.000 e 2.000 pessoas na casa noturna, a maioria jovens e adolescentes.
Segundo o jornal local Diário de Santa Maria, acontecia na boate uma
festa dos cursos de Agronomia, Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos
Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No local,
também ocorria a festa de um bloco de carnaval da cidade, o Nagandaya.
As primeiras informações são de que o cantor da banda que se
apresentava na boate acendeu um sinalizador que atingiu o teto. A partir
daí, o fogo se espalhou rapidamente. Testemunhas, que estavam na boate
no momento do acidente, dizem que os seguranças, acreditando que se
tratava de uma briga, impediram a saída das pessoas, para que não
saíssem sem pagar.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse, através do
twitter, que irá a Santa Maria ainda na manhã deste domingo. ‘Domingo
triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em
Santa Maria no final da manhã”, disse o governador pelo microblog.
A presidente Dilma Rousseff entrou em contato com Genro para colocar
toda a estrutura do governo federal à disposição do Estado para atender
às vítimas do incêndio. Dilma decidiu antecipar seu retorno do Chile -
onde participa de reunião da Comunidade de Estados Latino Americanos e
Caribenhos com a União Europeia - para ir à cidade gaúcha prestar
solidariedade aos familiares das vítimas. “Uma tragédia para nós todos.
Não continuarei na reunião por razões muito claras. Quem precisa de mim
hoje é o povo brasileiro. Pedi a todos os meus ministros que possam
contribuir para minorar as consequências dessa tragédia que viajem para
Santa Maria. Eu também irei”, disse Dilma, com a voz embargada.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT), acompanhará o
governador gaúcho em Santa Maria. O ministro de Saúde, Alexandre
Padilha, também irá ao local.
Ainda pela manhã, o governador gravou um depoimento sobre a tragédia.
"Recebemos hoje pela manhã esta notícia terrível de uma tragédia
gravíssima em Santa Maria que enluta o Rio Grande, enluta o Brasil e
enluta a cidade. E eu estou me dirigindo pra lá, para acompanhar o
trabalho da Brigada Militar, dos Bombeiros, da Polícia Civil, e do
Instituto Geral de Perícias, e também para compartilhar do luto da
cidade, que é um luto de todo o Rio Grande e de todo o País", disse.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)
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