16 de fevereiro de 2013

NÚMERO DE RECLAMAÇÕES CONTRA CONSTRUTORAS DISPARA NO PAÍS

Levatamento do Tribunal de Justiça de São Paulo mostra que total de processos contra empresas foi multiplicado por 15 em cinco anos

O crescimento do mercado imobiliário dos últimos anos foi acompanhado de um efeito que tem causado dor de cabeça a muitos compradores, no Brasil: os atrasos e os outros problemas na entrega dos imóveis.
A área social é o mais perto que Daniel consegue chegar do apartamento que comprou. A entrega, prevista para janeiro de 2011, atrasou um ano. Na hora de entrar no imóvel, outra  surpresa: paredes e teto com rachaduras e infiltrações. Ele resolveu processar a construtora.
“Parece que as construtoras têm a certeza da impunidade. Em vez de entregar a coisa 100%, elas entregam algo em 70% e ficam esperando que alguém reclame como se deve”, afirma o gerente de exportação Daniel Juarez.
Edilberto de Carvalho também está com problemas. Vendeu a casa, onde vivia com a mulher, em 2011, perto do prazo previsto para ir morar no imóvel novo, mas a data foi prorrogada três vezes. “Eles só estão dizendo que um dia vão entregar. Agora quando, eu não sei”, diz o engenheiro.
Com o aumento do crédito, mais pessoas puderam realizar o projeto de ter uma casa própria. O problema, para muitos consumidores, tem sido receber as chaves. Não é fácil encontrar empreendimentos entregues dentro do prazo, e ainda sem falhas de acabamento. Nos últimos anos, o número de processos contra construtoras em São Paulo cresceu mais que o mercado imobiliário.
Um levantamento do Tribunal de Justiça de São Paulo mostra que o total de processos foi multiplicado por 15 em cinco anos. Eram 150, em 2008. No fim do ano passado, já eram mais de 2,5 mil.
O sindicato das construtoras atribui parte dos atrasos às PREFEITURAS, que passaram a exigir contrapartidas, como obras viárias. Mas reconhece que o setor não estava pronto para crescer nesse ritmo.
“Faltou mão de obra, faltou maquina, faltou equipamento. Todo o mercado foi pego de surpresa, não se esperava esta demanda e nós, do ponto de vista de infra-estrutura, não estávamos preparados”, diz o presidente do Secovi-SP, Cláudio Bernardes.
O Procon recomenda. Antes de assinar o contrato, o comprador deve checar se a construtora é alvo de ações judiciais e reclamações nos órgãos de defesa do consumidor e pedir, periodicamente, um registro do andamento das obras.
“É importante que as empresas tenham responsabilidade na oferta e na publicidade das suas unidades e estipulem prazos que realmente possam cumprir, porque só assim essa demanda vai se estabilizar”, aponta o presidente do Procon de São Paulo, Paulo Góes.
Jornal Nacional

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