A Lei Seca, sancionada há três anos pelo então presidente Lula, tem um problema que dificulta a punição dos bebuns que pegam o volante e colocam a vida alheia (além da própria, naturalmente) em risco. É que o princípio constitucional de que ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo era invocado por motoristas para se safar do teste do bafômetro e do exame de sangue, que verificam o nível de álcool no organismo.
Agora, um projeto de lei em tramitação no Congresso promete dificultar a vida dos “pés-de-cana”. Entre as medidas propostas, está a de aumentar a pena nos crimes de trânsito e para quem dirigir bêbado próximo a escolas e hospitais.
Mas a novidade que promete assombrar os manguaceiros é o etilômetro que capta o bafo do elemento a distância. Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira, 31, pelo jornal Correio Braziliense, o equipamento, que está em fase de testes, tem o formato de um bastão, no qual uma lâmpada (led) indica pela cor o estado de alcoolemia da pessoa.
A proposta em tramitação altera o artigo 306 do Código de Trânsito e deixa de exigir como prova a concentração de álcool por litro de sangue. Vídeos e fotos do motorista embriagado, além de garrafas e latas de bebidas alcoólicas recolhidas no interior do veículo, servirão para enquadrar o irresponsável.
O relator da matéria é o deputado federal Geraldo Simões (PT), que considera o projeto um avanço, “porque acaba com a sensação de impunidade nos acidentes de trânsito”.